quarta-feira, 17 de junho de 2009

Palestinos criticam postura de Netanyahu para negociar a paz

ABU DIS (CISJORDÂNIA) - O principal negociador palestino, Ahmed Qureia, afirmou nesta quarta-feira, 17, que o primeiro-ministro israelense, Benjamim Netanyahu, deve retomar as negociações de paz do ponto onde elas pararam com o governo anterior de Israel, que era mais moderado. Netanyahu, porém, quer reiniciar o processo desde o começo.

O antecessor de Netanyahu, Ehud Olmert, dirigiu um ano de amplas negociações com os palestinos que tocaram em assuntos delicados, embora nenhum acordo tenha sido tornado público.

Netanyahu afirma que Israel está pronto para retomar as negociações, mas se recusa a respeitar concessões feitas por Olmert. Palestinos afirmam que recusaram sua oferta de um Estado em Gaza, mais de 90% da Cisjordânia e partes de Jerusalém. Em um discurso público no domingo, Netanyahu confirmou que tal oferta foi rejeitada.

Durante o discurso, o premiê endossou pela primeira vez a ideia de um Estado palestino. No entanto, ele listou uma série de condições rejeitadas pelos palestinos, incluindo a recusa em compartilhar o controle de Jerusalém, desmilitarização e reconhecimento de Israel como um Estado judeu.

Ex-presidente

Ainda sobre o conflito entre Israel e Palestina, o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter criticou o bloqueio de Israel durante uma viagem para Gaza, e encorajou o grupo militante islâmico Hamas a aceitar condições internacionais para encerrar seu boicote.

Em uma colação de grau de estudantes de escolas controladas pela Organização das Nações Unidas (ONU) na Cidade de Gaza, Carter criticou o bloqueio em Gaza imposto por Israel e Egito após a tomada de controle do Hamas, afirmando que os cidadãos de Gaza "são tratados mais como animais do que como seres humanos".

A visita de um dia de Carter à Gaza ocorreu no fim de uma viagem também a Líbano, Síria e Israel, durante a qual ele encorajou autoridades dos países a agirem para o fim do conflito no Oriente Médio. Carter, que ajudou a estabelecer o histórico tratado de paz entre Israel e Egito, tem um papel importante, embora não oficial, nos esforços de paz na região.

Carter afirmou que um dos principais objetivos de sua viagem era persuadir o Hamas a aceitar as condições do Ocidente: renunciar à violência, reconhecer Israel e aceitar acordos prévios firmados entre Israel e palestinos. Mas o Hamas se recusa a atender tais condições.

"Tenho que conter minhas lágrimas quando vejo a destruição deliberada realizada contra os palestinos", disse Carter, notando que muitas armas israelenses são construídas e fornecidas pelos Estados Unidos. "Me sinto parcialmente responsável por isso, como deveriam se sentir todos os norte-americanos e israelenses", acrescentou ele.

Durante a visita, o ex-presidente dos EUA também disse que entregaria ao Hamas uma carta para Gilad Schalit, soldado israelense capturado há quase três anos, escrita por seus pais, com quem Carter se encontrou em Israel.

Schalit foi capturado por militantes do Hamas durante um ataque na fronteira. Abu Obeida, porta-voz da ala militar do Hamas, afirmou que iria "estudar a possibilidade de entregar a carta".

Durante a visita de Carter, a segurança do Hamas encontrou o que pareceu serem explosivos enterrados na areia, perto da rota do ex-presidente dos EUA. Ninguém ficou ferido e não estava claro se Carter era o alvo. O ex-presidente afirmou não acreditar em relatos de um complô envolvendo bombas para matá-lo.

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