quinta-feira, 18 de junho de 2009

Israel volta a rejeitar interrupção na construção de assentamentos


O ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, reiterou, nesta quarta-feira, durante um encontro com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, em Washington, que o governo de seu país não pretende congelar completamente a expansão dos assentamentos judeus na Cisjordânia.

A interrupção na expansão destes assentamentos em territórios palestinos tem sido um dos pontos de maior atrito entre o governo do presidente americano, Barack Obama, e a administração do premiê israelense, Binyamin Netanyahu.

O governo americano tem insistido para que Israel interrompa as construções na Cisjordânia, o que os israelenses rejeitam. Durante o encontro com a secretária de Estado americana, Lieberman reafirmou a posição expressada pelo primeiro-ministro Netanyahu no último domingo, quando ele admitiu pela primeira vez a criação de um Estado palestino, mas não se comprometeu com a interrupção na expansão das colônias.

"Não podemos aceitar o congelamento total de nossos assentamentos. Acho que devemos manter seu crescimento natural. O primeiro-ministro (Netanyahu) disse isso em seu discurso (de domingo). Esta é (nossa) posição", afirmou Lieberman durante uma coletiva de imprensa ao lado de Hillary Clinton. O chanceler israelense - que fez sua primeira visita oficial a Washington nesta quarta-feira - ainda afirmou que esta posição havia sido acordada entre Israel e o governo do ex-presidente dos EUA, George W. Bush.

"Nós tivemos entendimentos com o governo anterior (dos EUA) e tentamos seguir nessa direção. Estamos também prontos para negociações diretas com os palestinos", disse Lieberman. Durante a entrevista, Hillary Clinton discordou publicamente da posição do chanceler israelense e afirmou que o governo Obama defende a interrupção na expansão das colônias nos territórios da Cisjordânia.

"Como já afirmou o presidente Obama, nós queremos ver uma interrupção (na expansão) dos assentamentos. Consideramos isto uma parte essencial dos esforços para se buscar um acordo de paz amplo e a criação de um Estado palestino ao lado de um Estado judeu-israelense seguro", afirmou.

Concessões

De acordo com Kim Ghattas, correspondente da BBC em Washington, os governos dos Estados Unidos e de Israel discutem a questão dos assentamentos há semanas, sem muito progresso.

Segundo a correspondente da BBC, os dois lados continuam reafirmando suas posições e nenhum parece disposto a fazer concessões.

O assunto deve voltar a ser discutido em um encontro entre o premiê israelense Binyamin Netanyahu e o enviado especial do governo dos EUA para o Oriente Médio, George Mitchell, na semana que vem.

Clinton, no entanto, deixou claro que os EUA esperam que o governo israelense faça concessões.

"Se olharmos para a história israelense, houve primeiros-ministros que defendiam posições e foram mudando ao longo do tempo", afirmou.

"Houve evolução no pensamento. Eu considero que o primeiro-ministro Netanyahu, ao reconhecer as aspirações por um Estado palestino no discurso de domingo, disse algo que muitos estavam esperando".

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