O Papa Bento XVI evocou nesta quinta-feira o processo de paz no Oriente Médio em um breve encontro com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Nazaré, na Galiléia.
"O encontro durou dez minutos e abordou o processo de paz no Oriente Médio e os meios para promovê-lo", indicou aos jornalistas o porta-voz do Vaticano Federico Lombardi.
Segundo a rádio pública israelense, Netanyahu evocou junto ao Sumo Pontífice as diversas declarações do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad nas quais este último pediu para riscar Israel do mapa.
O Papa respondeu-lhe que condenava fortemente tais ameaças assim como o antissemitismo.
Ao mesmo tempo, duas delegações do Vaticano e de Israel examinaram os temas da comissão bilateral e do Acordo fundamental concluído em 1993 por Israel e o Vaticano que permitiu o estabelecimento no ano seguinte de relações diplomáticas entre os dois Estados.
Os negociadores dos dois lados, entre os quais o número dois do Vaticano, Tarcisio Bertone, analisaram a questão dos vistos que Israel se recusa a conceder aos cerca de 500 padres dos países árabes.
Esta decisão foi tomada pelo ministro israelense do Interior, Eli Yishai, segundo um alto responsável israelense que pediu anonimato.
A livre circulação dos cristãos "é claramente um dos pontos da longa discussão que o Vaticano e Israel realizam na comissão bilateral", declarou à imprensa em Nazaré Lombardi.
A Santa Sé e o Estado hebreu não conseguiram assinar o capítulo econômico do "Acordo fundamental" que deve estabelecer o estatuto jurídico e fiscal das instituições da Igreja Católica na Terra Santa.
O encontro, considerado pelo Vaticano "privado", foi realizado no convento dos Franciscanos de Nazaré.
Imagens da televisão israelenses mostraram o primeiro-ministro e o chefe da Igreja católica se cumprimentando, sorridentes.
Desde sua chegada segunda-feira a Israel, parte de sua peregrinação à Terra Santa iniciada sexta-feira, o Papa deu diversas declarações políticas em favor principalmente da criação de um Estado palestino.
Ele afirmou quarta-feira em Belém que os muros podem ser derrubados, depois de ter visto, durante uma visita, a barreira de separação construída por Israel na Cisjordânia.
Prometeu continuar utilizando todas as oportunidades para encorajar os que se comprometeram nas negociações de paz a trabalhar juntos para uma solução justa que respeite as aspirações legítimas de israelenses e palestinos.
"Foi uma excelente visita durante a qual o Papa deu apoio político à causa palestina e a uma solução com base em duas nações, que permita a criação de um Estado palestino independente", declarou em seguida o presidente palestino Mahmud Abbas à AFP.
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