sexta-feira, 22 de maio de 2009

Acusados de complô contra sinagogas de NY permanecem presos


WHITE PLAINS, Estados Unidos (Reuters) - Quatro muçulmanos suspeitos de tramar a explosão de duas sinagogas de Nova York e a derrubada de aviões militares devem permanecer presos, segundo ordem judicial expedida na quinta-feira contra os homens que a polícia considera serem terroristas domésticos.

O caso abalou um bairro rico do Bronx (Nova York), onde a polícia passou um ano observando os suspeitos, que deixaram bombas em carros estacionados em frente às sinagogas.

Em seguida, eles teriam a intenção de abater aviões militares com mísseis terra-ar, mas os explosivos e os mísseis, que haviam sido vendidos por um informante do FBI, foram desativados, segundo a polícia.

A juíza Lisa Smith determinou que James Cromitie, 55, David Williams, 28, Onta Williams, 32, e o haitiano Laguerre Payen, 27, permaneçam presos.

"Esses são homens extremamente violentos. Eles representam um risco para a comunidade", disse o promotor Eric Snyder ao tribunal. "Essas pessoas estão ávidas por levar a morte aos judeus."

A advogada Marilyn Reader disse ao tribunal que seu cliente, Payen, que compareceu à audiência separado dos demais e com uma atadura na cabeça, sofre de esquizofrenia e transtorno bipolar, e é incapaz de ler ou escrever em inglês.

A polícia diz que todos os suspeitos têm antecedentes criminais e podem ter se convertido na prisão a uma versão radical do Islã, sem ligação conhecida com a Al Qaeda.

"Estou preocupada com a potencial reação contra a comunidade muçulmana", disse Aliya Latif, diretora de direitos civis do Conselho das Relações Americano-Muçulmanas, em Nova York.

"Questionar a lealdade de americanos-muçulmanos seguidores da lei é um alimento para as forças antiamericanas que erroneamente associam religião e terror", disse ela após uma entrevista coletiva.

As autoridades dizem que Cromitie era o líder do grupo e escolheu as sinagogas após dizer que "o melhor alvo (o World Trade Center) já foi atingido", nos atentados de 11 de setembro de 2001.

"Isso fala da nossa preocupação com o terrorismo nativo (...), que de muitas formas é mais difícil de cuidar", disse o policial nova-iorquino Raymond Kelly.

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