quinta-feira, 9 de julho de 2009

Google invade mercado da Microsoft ao lançar sistema operacional


San Francisco, 8 jul (EFE).- O gigante da internet Google decidiu se aventurar em uma das poucas áreas que ainda não explorava, e anunciou o lançamento de um sistema operacional para netbooks que concorrerá diretamente com o onipresente Windows, da rival Microsoft.


O Google Chrome OS será uma extensão do Chrome, o navegador da companhia lançado há nove meses, e seus criadores esperam que esteja disponível na segunda metade do próximo ano.


Este sistema operacional de código aberto será pensado especialmente para navegar na internet e usar aplicações baseadas na rede, que muitos acreditam que acabará substituindo o modelo de software sob licença capitaneado pela Microsoft.


"É nossa tentativa de mostrar que é preciso reconsiderar como deveriam ser os sistemas operacionais", disseram Sundar Pichai e Linus Upson, responsável de gestão de produto e diretor de engenharia do Google, respectivamente, no blog corporativo da empresa.


A ideia é melhorar a experiência do usuário na internet, que é onde Google deseja que todos passem a maior parte do tempo, já que suas aplicações e serviços estão baseados na rede.


Apesar de o Chrome OS funcionar também em computadores de mesa, o sistema será especialmente criado para netbooks, portáteis de baixo custo que estão com a popularidade em alta.


Enquanto as vendas dos computadores de mesa caíram 23% no primeiro trimestre de 2009, segundo dados da iSuppli, a comercialização de netbooks subiu 10%, graças ao sucesso entre consumidores preocupados com o preço e porque querem, basicamente, um computador para ter acesso à internet.


A Microsoft certamente está muito consciente desta tendência, que interfere diretamente em suas vendas do Windows.


Aproximadamente 80% dos netbooks no mercado utilizam o Windows XP, uma versão mais antiga, barata e menos rentável para a Microsoft que o Vista.


Por isso, a empresa criou o Windows 7, um sistema operacional que vai rodar tanto em netbooks como em computadores de mesa.


O Chrome OS é, na realidade, a segunda incursão do Google na área dos sistemas operacionais.


A companhia já tinha lançado o Android, um sistema operacional para celulares que funciona também em netbooks e que já foi adotado por diversos fabricantes.


O Google reconhece que Chrome OS e Android se completam em alguns aspectos, mas insiste em que são sistemas independentes.


Além disso, afirma que a possibilidade de escolher entre os dois "vai impulsionar a inovação e beneficiará a todos, incluindo o Google".


Quem possivelmente sairá prejudicado desta nova investida é a Microsoft, que pode apenas observar o aumento do número de concorrentes do Windows.


Nos últimos anos, o Google lançou ainda diversas aplicações como o Google Docs, que concorre diretamente com alguns programas do Office. Estes programas são gratuitos, porque não são financiados com publicidade online.


Paralelamente, a Microsoft não poupa esforços para aumentar sua fatia entre os softwares baseados na rede e nos negócios da internet em geral.


O último capítulo desta luta foi o lançamento do "Bing", o novo buscador da Microsoft, apresentado no final de maio.


O gigante do software gastou US$ 100 milhões na promoção do "Bing", que recebeu boas críticas e conseguiu elevar levemente a fatia de mercado da Microsoft entre as ferramentas de busca.


No entanto, será complicado para a Microsoft ameaçar o domínio do Google nessa fatia de mercado. A popularidade da companhia é tão grande que em alguns países, seu nome é sinônimo do serviço que ela oferece em seu site.


Da mesma maneira, o Google encontrará dificuldades para popularizar seu sistema operacional em um setor no qual o Windows teve praticamente o monopólio durante 20 anos.


Apesar da crescente popularidade de sistemas de código aberto como o Linux, o Windows continua presente em quase 90% dos computadores de todo o mundo, e o Explorer é o navegador de 65% dos internautas, contra a pequena fatia de 1,8% conseguida pelo Chrome em seus nove meses de vida. EFE

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