SEUL (Reuters) - Mais de duas dezenas de sites da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, incluindo o da Casa Branca, foram atacados, e alguns deles desabilitados, por hackers possivelmente vinculados à Coreia do Norte, disse nesta quarta-feira a agência de inteligência sul-coreana.
O Serviço de Inteligência Nacional de Seul (NIS, na sigla em inglês) anunciou em comunicado que uma organização e possivelmente uma nação estavam por trás dos ataques à Coreia do Sul, um dos países mais conectados do mundo, e que havia sinais de "preparativos meticulosos" para o ataque.
O comunicado não oferecia outros detalhes, mas a mídia sul-coreana, incluindo a agência de notícias Yonhap, citou legisladores que teriam dito, depois de um briefing realizado por agentes do NIS, que a agência de inteligência acredita que "a Coreia do Norte ou elementos favoráveis ao norte" estavam por trás dos ataques.
"Programas malévolos" tomaram por alvo 26 sites dos EUA e da Coreia do Sul, entre os quais o da Casa Branca, disseram funcionários do NIS, de acordo com a Yonhap.
Os atacantes tentaram bloquear os sites ao sobrecarregar sua capacidade de dados, o que os tiraria de serviço, afirmou a agência.
Um ataque computadorizado atingiu os sites de diversas agências do governo norte-americano, entre as quais os departamentos do Tesouro e do Transporte, o serviço secreto e a Federal Trade Commission, informaram as autoridades, que se recusaram a comentar sobre a possível origem dos ataques.
O Departamento de Segurança Interna dos EUA anunciou ter notificado as agências federais quanto a medidas que poderiam ser tomadas para mitigar esses esforços.
"Nós vermos ataques à redes federais a cada dia, e as medidas regulares de segurança minimizaram o impacto sobre os sites federais", disse Amy Kudwa, porta-voz do Departamento de Segurança Interna.
Caso a Coreia do Norte seja responsável, isso representaria uma escalada nas tensões que já andam altas desde o teste nuclear de Pyongyang em maio, do disparo de sete mísseis balísticos este mês, e de repetidos insultos da imprensa oficial do país aos seus tradicionais inimigos em Seul e Washington.
Na empobrecida Coreia do Norte, quase ninguém tem acesso à Internet, mas fontes de inteligência em Seul afirmam que o país dispõe de uma unidade especializada em ataques computadorizados.
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