JERUSALÉM (Reuters) - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, questionou neste domingo o comprometimento do líder palestino, Mahmoud Abbas, com a paz na região, e disse que é hora de negociar agora que Israel impôs um congelamento parcial nas construções nos assentamentos judaicos.
"Não está claro para mim se a Autoridade Palestina e seus líderes estão prontos para iniciar negociações", disse Netanyahu a repórteres na cidade de Eilat, no sul de Israel.
O gabinete de segurança de Netanyahu anunciou uma moratória de dez meses em parte das construções em assentamentos na Cisjordânia. O anúncio foi bem-recebido pelos Estados Unidos, mas ficou aquém das exigências dos palestinos.
Durante uma viagem pela América Latina, na semana passada, Abbas reiterou em uma entrevista ao diário argentino Clarín a exigência de interrupção total da construção nos assentamentos como condição para a retomada das negociações, e disse não acreditar que Netanyahu esteja buscando a paz.
Pelo plano de Netanyahu, não será emitida nenhuma nova permissão de construção de residências e nenhuma edificação residencial poderá ser iniciada no prazo de dez meses na "Judeia e Samaria", os nomes bíblicos usados em Israel em referência à Cisjordânia. A medida exclui os assentamentos que foram construídos em terras ocupadas ao redor de Jerusalém, anexadas por Israel. No entanto, cerca de 3 mil casas já aprovadas ou em construção serão concluídas nesse período.
Os EUA vêm pressionando Israel para que limite as atividades nos assentamentos erguidos na Cisjordânia, território ocupado por Israel, mas afirmam que não há precondições para as negociações, suspensas desde dezembro de 2008.
Cerca de 500 mil israelenses vivem na Cisjordânia e em áreas anexadas no entorno de Jerusalém, em meio a 2,7 milhões de palestinos.
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