A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, George Mitchell, elogiaram nesta quarta-feira a proposta feita pelo premiê israelense, Benjamin Netanyahu, de congelar por dez meses a construção de novas construções em assentamentos judaicos na Cisjordânia.
“Acreditamos que através de negociações de boa fé as duas partes podem chegar a um acordo para pôr fim ao conflito e conciliar o objetivo palestino de ser um Estado independente, baseado nas fronteiras de 1967, e objetivo israelense de um Estado judeu com fronteiras seguras e reconhecidas”, disse Hillary em comunicado.
Mitchell, por sua vez, afirmou que a proposta feita pelo premiê não representa um congelamento da construção de assentamentos, mas que se trata de um passo “significativo” que pode ter “um impacto substancial na região”.
Nesta quarta-feira, Netanyahu anunciou que solicitou ao seu gabinete de segurança a aprovação de uma resolução que determina o congelamento por dez meses de novas construções em assentamentos judaicos na Cisjordânia. A proposta, no entanto, exclui Jerusalém Oriental.
“Como parte de nossos esforços para dar ímpeto às negociações de paz com a Autoridade Palestina e promover os interesses de Israel, o primeiro-ministro solicitará que o gabinete de segurança aprove uma suspensão de dez meses em autorizações e inícios de novas construções residenciais na Judeia e Samaria (Cisjordânia)”, diz o comunicado.
Ainda de acordo com o gabinete do premiê, a medida visa mostrar à comunidade internacional que “o governo de Israel quer iniciar negociações de paz com os palestinos, que irá tomar ações práticas nesta direção e que tem sérias intenções de promover a paz”.
Jerusalém Oriental
Apesar da sinalização por parte do governo israelense, a exclusão da região de Jerusalém Oriental da medida não agradou as autoridades palestinas, que se recusam a retomar as negociações de paz enquanto Israel não interromper as construções na parte leste da cidade e na Cisjordânia.
O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, afirmou que “a exclusão de Jerusalém é um problema muito sério”.
Além disso, o comunicado do gabinete de Netanyahu cita apenas a interrupção na construção de novos prédios residenciais, e não na construção de instalações municipais ou infraestrutura.
O governo de Netanyahu já havia excluído anteriormente a possibilidade de interromper os projetos que já estão em andamento.
“Cínica”
Segundo Katya Adler, correspondente da BBC em Jerusalém, muitos estão enxergando a medida de Netanyahu como “cínica”, com apenas o objetivo de acalmar os Estados Unidos.
A questão dos assentamentos judaicos é o maior empecilho nas tentativas do governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de retomar as negociações de paz na região.
A comunidade internacional considera a região da Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, como uma área ocupada, o que tornaria ilegal a construção de assentamentos.
Israel, no entanto, questiona esta posição.
O governo de Barack Obama começou sua política para a região pressionando Israel para que congelasse totalmente os assentamentos, mas abrandou suas exigências depois das recusas do governo de Netanyahu.
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