NOVA YORK - A Casa Branca não espera grandes resultados do encontro desta terça-feira, 22, envolvendo o presidente Barack Obama com os líderes israelense e palestino em Nova York, um dia antes do início da Assembleia Geral das Nações Unidas. Será a primeira vez que o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, se reunirá com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
Perguntado por um jornalista sobre o que esperava da reunião, o porta-voz da Casa Branca Robert Gibbs respondeu que o governo americano "continua buscando o avanço [nas negociações]. Acho que parte deste avanço é reunir os três lados, incluindo os EUA. E nós não temos grandes expectativas de um encontro a não ser continuar a trabalhar duro, por meio da diplomacia no dia a dia, que precisa ser feita para alcançarmos a paz, de acordo com o que presidente vem falando desde o primeiro dia de mandato".
Em Israel, um porta-voz de Netanyahu insistiu que o premiê não pretende concordar em congelar a expansão dos assentamentos, conforme exige Obama. Autoridades israelenses disseram ainda que o encontro não significa o início de negociações com a Autoridade Palestina. Membros do governo palestino fizeram declarações no mesmo sentido. Separadamente, o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, se reuniria com o secretário americano, Robert Gates.
Obama iniciou sua administração afirmando que não deixaria as negociações de paz no Oriente Médio para o fim de seu governo, diferentemente de seu antecessor, George W. Bush. No primeiro semestre deste ano, Obama convidou os líderes da Jordânia, da Arábia Saudita, de Israel e da Autoridade Palestina para conversas separadas em Washington. Posteriormente, em junho, viajou para o Cairo, onde fez o seu discurso para o mundo islâmico. Além disso, nomeou George Mitchell como enviado especial ao Oriente Médio, onde ele manteve seguidos encontros com líderes locais. Para completar, Obama realizou gestos de aproximação com a Síria.
A estratégia do presidente americano visa um acordo regional de paz de todos os países árabes com Israel. Nesta etapa, já se esperava que Obama pudesse fazer um discurso delineando as suas diretrizes para a paz na região. Por enquanto, o presidente insiste para que os israelenses suspendam a expansão dos assentamentos judaicos na Cisjordânia. Os palestinos, segundo Obama, precisam combater ações que preguem o ódio contra os israelenses. Os países árabes devem realizar atos positivos de aproximação, como permitir o sobrevoo de aviões israelenses sobre os seus territórios.
Netanyahu, em discurso realizado em junho, afirmou que aceita a criação de um Estado palestino desmilitarizado e sem Jerusalém Oriental como capital. Também pede que os EUA prestem mais atenção à ameaça iraniana, já que o regime de Teerã apoia grupos considerados inimigos de Israel, como o Hamas e o Hezbollah. A Arábia Saudita, capitaneando outros países árabes, afirma que estabeleceria relações com Israel se os israelenses desocupassem os territórios conquistados na Guerra dos Seis Dias (1967), o que inclui a Cisjordânia, Faixa de Gaza, Colinas do Golã e as Fazendas de Shebaa. Seria necessária ainda uma solução justa para os refugiados - os árabes não falam em retorno de todos.
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