TEERÃ (Reuters) - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, elevou novamente o tom da sua retórica contra Israel, ao dizer que o Holocausto é uma mentira, a poucas semanas da retomada do diálogo do seu país com as potências mundiais.
"O pretexto para a criação do regime sionista é falso. Trata-se de uma mentira baseada em uma alegação improvável e mítica", disse ele em sermão na Universidade de Teerã, encerrando a celebração anual do "Dia de Qods (Jerusalém)", uma data marcada pelos ataques verbais a Israel.
"Confrontar o regime sionista é um dever nacional e religioso", acrescentou.
Declarações de Ahmadinejad negando o Holocausto já provocaram indignação internacional anteriormente, levando a um maior isolamento do Irã, que já sofre sanções por causa do seu programa nuclear.
Ahmadinejad alertou os governos árabes a não se aproximarem de Israel. "Este regime (israelense) não vai durar muito. Não amarrem seu destino a ele (...). Esse regime não tem futuro. Sua vida chegou ao fim", disse ele no discurso transmitido ao vivo pela rádio estatal.
O Irã retoma no dia 1o as negociações com seis potências globais sobre seu programa atômico, mas na quinta-feira Ahmadinejad reiterou que o país "nunca" abandonará suas atividades atômicas para agradar aos críticos ocidentais, que acusam Teerã de desenvolver armas nucleares.
O governo iraniano nega, alegando ter interesse apenas na produção de energia para fins civis.
Em entrevista à TV NBC, Ahmadinejad evitou responder diretamente se haveria alguma condição sob a qual o Irã desenvolveria armas atômicas.
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